Indispensável em construtoras e demais empresas de engenharia civil, a gestão de obras é uma competência responsável por dar vida às construções e edificações ao executar projetos de arquitetura e engenharia, garantindo que ocorra no escopo e no prazo propostos.
Apesar de não se ter registros sobre o nascimento do conceito de gestão de obras na antiguidade, percebe-se que, desde essa época, já existia a necessidade de se gerenciar projetos, como, por exemplo, a gestão da construção das pirâmides do Egito.
Os estudos sobre o assunto passaram a existir principalmente depois do desenvolvimento do modelo de trabalho como conhecemos hoje, por volta de 1860. Frederick Taylor (1856-1915) foi um dos primeiros estudiosos a pensar na organização para desenvolver esses projetos. De acordo com seus estudos, o melhor caminho para o sucesso do projeto era focar no aperfeiçoamento da mão de obra, e não no aumento das horas trabalhadas.
“O melhor caminho para o sucesso do projeto é focar no aperfeiçoamento da mão de obra, e não no aumento das horas trabalhadas.”
Posteriormente, Henry Gantt (1861-1919) foi considerado o pai do gerenciamento de projetos. Isso porque foi ele quem trabalhou na construção de um navio na Primeira Guerra Mundial, a partir da estruturação de uma barra de tarefas e marcos com as durações, sequências e identificação dos responsáveis pelas atividades do projeto. Hoje conhecimento como Diagrama de Gannt.
Exemplo de Modelo de Diagrama de GanntExemplo de Modelo de Diagrama de Gannt[/caption]
Se você está acostumado a lidar com gestão de obras, provavelmente conhece já utilizou essa ferramenta. Se não conhece, fica a dica pois é um excelente solução para gestão de projetos, principalmente para área de construção civil.
Em 1969, foi criado o Project Management Institute (PMI), instituição localizada nos Estados Unidos e responsável por conduzir pesquisas e fixar padrões profissionais. A entidade facilita o acesso a uma gama de informações e recursos para os profissionais da área.
Gestão de obras no Brasil
Atualmente, a gestão de obras se modernizou e muitas empresas recorrem a este conceito com o objetivo de ter mais controle dos gastos e prazos otimizando todo o processo de trabalho e, garantindo, assim, a qualidade do projeto final.
De acordo com a Lei 5.194, de 1966, a gestão de obras no Brasil é uma atribuição de arquitetos e engenheiros civis. Mas, afinal, o que significa gerenciar uma obra? É cumprir o cronograma e a previsão financeira, além de gerir profissionais e atividades. Essa função, normalmente, é assumida por uma pessoa organizada, que saiba gerenciar custos, contratos, prazos e tenha bom senso para lidar com pessoas, tanto clientes quanto funcionários.
4 erros que não podem ocorrer na gestão de obras
Conheça agora os quatro erros mais comuns na gestão de obras e saiba como se organizar para evitá-los.
1 – Mau gerenciamento do tempo
Para uma gestão de obras eficiente, é fundamental saber administrar o tempo e os prazos. Entre as principais consequências desse tipo de erro, estão: o aumento da jornada de trabalho e o uso do regime de horas extras. Ambos afetam drasticamente o orçamento da obra.
Uma das formas de evitar atrasos e o encarecimento do projeto é utilizar um cronograma para ajudar a elencar prioridades, além de orientar os colaboradores a serem proativos sempre que encontrarem possíveis dificuldades. A proatividade pode evitar problemas, solucionar questões rapidamente e ainda aumentar a produtividade.
“Planejar sem agir é fútil, e agir sem planejar é fatal”.
Cornelius Fitchner – PMP, gerente de projetos suíço.
2 – Mau controle das finanças
Assim como gerir prazos, acompanhar os gastos da obra regularmente é imprescindível para se evitar sustos e contratempos. Quando o assunto é gestão de obras, controlar os pagamentos e gerenciar as compras exige foco total na execução. Neste caso, o uso de uma planilha financeira, ou sistema de gestão de projetos, também pode ajudar a organizar gastos previstos e não previstos, além de traçar planos de prevenção.
De acordo com especialistas, existem diversos indicadores que podem servir de parâmetro para a organização financeira da obra, como se pode ver abaixo.
Custos diretos
– CUB/M² – O custo unitário básico por metro quadrado refere-se aos custos de construção da edificação.
– SINAPI – Elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Caixa Econômica Federal, a tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) serve de referência para a composição dos custos referentes ao projeto, insumos, saneamento e mão de obra.
Custos indiretos
– Benefícios e Despesas Indiretas – Apesar de cada obra possuir um BDI próprio, esse índice considera as despesas indiretas, como a administração central, por exemplo. Somado aos custos diretos mencionados acima, chega-se ao valor final do projeto.
3 – Excesso de alterações no escopo
Todo projeto, inevitavelmente, passa por alterações e mudanças de rota. É comum na gestão de obras. No entanto, é fundamental ter senso crítico e analisar se todas essas modificações fazem sentido e serão possíveis de se realizar dentro do prazo e do orçamento já definidos.
Ou seja, é preciso ter pulso firme com o cliente, que, muitas vezes, só percebe que algo deveria ser feito de uma forma diferente quando a obra já está em andamento. Mas pensando em um bom atendimento, escute a demanda do cliente e avalie a viabilidade e adequações que poderiam ser executadas sem comprometer o projeto como um todo. Caso a solicitação seja imprescindível e acatada, será necessário revisar os prazos e os custos.
4 – Falhas de comunicação
A falta de uma comunicação clara, frequente e objetiva entre os membros da equipe envolvida na obra, além de causar ruídos e insegurança também pode criar grandes problemas durante a execução do projeto.
A única forma de evitar esse erro é fazer com que todos falem a mesma língua e estejam cientes dos objetivos do trabalho. O meio usado para estabelecer essa comunicação pode variar, mas existem diversas ferramentas que podem contribuir para uma troca de informações rápida e dinâmica.
Ou seja, fortalecer a comunicação com o time é fundamental para se estabelecer uma relação de trabalho sólida e transparente, o que certamente trará impactos positivos quando o assunto é gestão de obras.
“Não importa quão excelente seja a equipe e quão eficiente seja sua metodologia, se você não estiver resolvendo o problema correto, o projeto falhará”. Woody Williams (1966 – ), famoso jogador texano de beisebol.
5 – Dispensar a contratação de seguro
Independentemente do item coberto pela apólice, o seguro costuma ser visto como uma despesa adicional. Porém, devido ao alto valor investido em determinado bem, o seguro torna-se indispensável para a segurança e, no caso de gestão de obras, é uma garantia de continuidade do projeto em situações de avarias, perdas e danos materiais decorrentes de acidentes.
Saiba mais Seguro de obra: o que é e porque contratá-lo?
Conhecido também por seguro de riscos de engenharia ou seguro de construção civil, o seguro de obra garante o ressarcimento de possíveis prejuízos que o segurado venha a sofrer em obras civis. É válido para obras em fase de construção, ampliação ou reforma. O seguro também cobre os danos que possam ser causados a terceiros, por conta do trabalho de execução da obra.
Para solicitar uma cotação de seguro de obras ou tirar dúvidas sobre a modalidade, entre em contato com os corretores da Notna.